21 de janeiro de 2019, dia (noite!) de eclipse lunar.
Para esta ocasião tinha planeado fazer três fotografias: uma ao nascer da lua (ainda no dia 20 de janeiro, coincidente com o pôr do sol), outra do eclipse lunar propriamente dito e outra ainda do ocaso da lua (coincidente com o nascer do sol).
Em relação às duas últimas, cumpri o planeado.
Mas no que diz respeito à primeira fotografia, o plano saiu furado!
A ideia era “apanhar” a lua a nascer atrás da Sé do Porto, ou, eventualmente, atrás das Muralhas Fernandinas.
Desloquei-me então para o final do Cais de Gaia, junto aos estaleiros, e preparei o material.
Confirmei a posição da lua usando a aplicação Photopills e esperei por ela.
Lá ao longe, dava para ver umas gruas e lembro-me de pensar cá para mim: “com a sorte que eu costumo ter, a lua vai aparecer mesmo atrás das gruas…”
Meu dito, meu feito! Assim que a lua começa a “subir”, coincidiu em cheio com as gruas. Não sei se já disse isto, mas eu tenho um ódio de estimação às gruas. Eu percebo que sejam necessárias, mas estragam-me as fotografias todas. Algumas ainda dão para retirar com o Photoshop, mas outras nem por isso.
Antes de entrar em pânico, resolvi esperar mais uns minutos na esperança da lua “subir” mais um bocado, saindo assim da sombra das gruas. Desta forma conseguiria depois removê-las no Photoshop.
E lá esperei eu. Mas como estava tudo a conspirar contra mim, e, apesar do céu completamente limpo, eis que surge uma nuvem não sei bem de onde que me tapa a lua! Mas não fica por aqui: a nuvem deslocava-se ao mesmo ritmo da lua, não dando hipótese para ela se voltar a mostrar.
O tempo estava a passar, e com isso a melhor luz para fazer a fotografia pretendida.
Mas ainda houve tempo para uma mudança de planos! E ainda bem. A lua ainda demorou uns bons 20 minutos a voltar a aparecer. Se me tivesse só focado nessa fotografia, teria saído de lá de mãos a abanar.
Concentrei-me então noutra fotografia: fotografar o Mosteiro da Serra do Pilar, apanhando o Cais de Gaia com os seus barcos e um bocado da Ponte Luís I. E nem foi preciso sair o sítio onde me encontrava. Bastou virar a máquina noutra direcção et voilá.
Aqui podem ver o resultado!
Confesso que me sinto melhor a planear primeiro e executar depois. Não gosto nada de chegar ao local sem qualquer plano. Muitas vezes nem saio para fotografar se não levar na cabeça a fotografia que quero.
Mas às vezes, são estas fotografias não planeadas que acabam por sair “melhor do que a encomenda”.
Ainda bem que não me vim embora pois acabei por sair dali com uma fotografia que gosto bastante.
