A pedido de várias famílias, hoje é sobre as fotografias da via láctea.
Não é suposto ser um guia de “Como fotografar a via láctea”, mas antes uma forma de mostrar como é que estas fotografias saem da máquina e tentar mostrar da forma mais aproximada possível aquilo que vemos com os nossos próprios olhos.
A pergunta que mais vezes me fazem é: “Mas isto é mesmo assim? Consegues ver isto a olho nú?”.
A resposta curta é: “Sim e não”, para ambas as perguntas.
Quando estou no completo escuro da noite, de preferência longe (MUITO longe) de povoações e sem lua no céu, os olhos adaptam-se de uma forma espantosa às condições de luz (ou falta dela).
Passados 20 a 30 minutos após nos encontrarmos na completa escuridão, somos capazes de ver. E não me refiro a ver metaforicamente. Conseguimos efectivamente ver. Vocês ficariam espantados com a luz que as estrelas emitem!
No entanto, os nossos olhos apenas percepcionam cores se a quantidade de luz presente atingir um certo nível. Ou seja, nós conseguimos ver os objectos, mas temos muito dificuldade em ver as cores. Digamos que nessas ocasiões vemos a preto e branco. Só percepcionamos luz.
Assim, quando olho para o céu à procura da via láctea, “apenas” vejo uma enorme mancha branca no céu.
No entanto, as máquinas hoje em dia têm uma capacidade enorme de captar luz, e ao contrário dos nossos olhos, mesmo com pouca luz, conseguem “ver” cores. Daí que, quando olhamos para o ecrã da máquina para ver o resultado da exposição, vemos cores no céu/estrelas e horizonte.
Se a ideia for captar aquilo que vemos, então é só converter a fotografia para preto e branco e já está. Não há muito mais a fazer.
Mas se a ideia for captar as coisas “como são”, e não como vemos, então acabamos mais uma vez no Photoshop! 😀
Eu não sou nenhum “expert” em astrofotografia. O meu interesse neste tipo de fotografia é puramente paisagista.
Assim, e apesar de saber que cada estrela tem a sua temperatura/cor, há fortes probabilidades de eu não respeitar isso. Peço desculpa se com isto ofendo alguma estrela/planeta!
A forma que encontrei de chegar a uma edição minimamente harmoniosa, foi ver MUITAS fotografias deste género feitas por fotógrafos conceituados nesta área, analisar bem, e depois tentar reproduzir. E curiosamente não precisamos ir muito longe para ir buscar bons exemplos. Aqui neste rectângulo à beira mar plantado, temos um excelente astrofotógrafo: Miguel Claro. Foi também um dos responsáveis por me ter interessado neste tipo de fotografia!
Ao verem as 3 fotografias lado a lado, facilmente chegam à conclusão que, neste tipo de fotografia, aquilo que vemos e o resultado final da fotografia tem uma disparidade enorme! Claramente a maior disparidade de entre todas as fotografias que faço.
É um dos casos em que há mais realidade do que aquela que vemos.
Tens o dom do olho fotográfico…. Adoro o teu trabalho!Muitos Parabéns! Fotos Maravilhosas! 😊
Muito obrigado Paula!
Continua o excelente trabalho que tens feito. Parabéns!
Muito obrigado pelas palavras Carlos!