“Quem não tem cão, caça com gato”
Ou no meu caso, quem não tem filtros de densidade neutra (ND), resolve com o Photoshop.
Uma técnica bastante usada na fotografia de paisagem, é o uso de longas exposições. Consegue-se dar mais dramatismo à cena, tornar a água duma cascata a parecer seda, o arrasto das luzes dos carros… entre outras coisas.
Para tal, é necessário usar velocidades de obturador bastante lentas (muitas vezes superiores a 30s). No entanto, porque a luz pode ainda ser muita, corre-se o risco de “queimar a fotografia” deixando entrar luz a mais. Então, recorre-se a filtros que reduzem a entrada de luz na máquina, funcionando como óculos de sol que se colocam à frente da lente.
Existem filtros com outras formas e feitios, mas, no fundo, o objectivo é o mesmo.
Acontece que eu nem sempre tive desses filtros. Mas quero na mesma uma fotografia com esse “efeito”! Vamos a isso então:
- no mínimo, queria 60 segundos de exposição. Mas fechando a lente ao máximo e usando o ISO mais baixo (50), o melhor que conseguia com a quantidade de luz presente na altura eram 4 segundos de exposição. Muito longe do mínimo pretendido (60 segundos).
- então e se fizesse vários disparos seguidos de 4 segundos? Somando o tempo de todos os disparos, precisava de 15 (15×4=60s). E assim fiz. Mas já que a máquina estava toda entretida a disparar e a paisagem também merece ser contemplada pelos nossos olhos e não apenas pela lente, resolvei deixar a máquina fazer uns disparos extra. No total foram 21 disparos, com um total de 84 segundos
Apesar de à primeira vista as fotografias parecerem iguais, se repararem melhor, as nuvens mudaram de posição. Nas fotografias intermédias está registado todo esse movimento.
Resolvido o problema do céu, é tempo de tratar da cidade e do rio:
Fica a faltar o quê? Exactamente! Photoshop.
Apesar do resultado ser satisfatório, não acho que seja exactamente igual a usar o filtro. No entanto, é sempre mais uma maneira de fazer as coisas com um determinado objectivo.
Inicialmente, quando estava na Serra do Pilar a fotografar, a fotografia não era para ficar a preto e branco, mas como o céu não ficou com aquelas cores avermelhadas características do nascer/pôr do sol, e as nuvens estavam bastante carregadas, optei por converter para preto e branco.